Em meio à campanha ‘Dezembro Vermelho’, dedicada à prevenção da infecção e combate ao HIV/Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), os dados utilizados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) mostram que, a cada ano, cerca mil novos casos de HIV são registrado em MS.
No Brasil, entre 2020 e 2021, o número de casos de infecção pelo HIV declinou 11%, contudo, em Mato Grosso do Sul, o número de casos novos se mantém em estabilidade, não apresentando aumento ou redução expressiva.
Os números de casos novos de HIV/Aids registrados no Estado mostram uma média de 1,1 mil por ano:
“A epidemia no estado segue o cenário nacional, acometendo mais pacientes do sexo masculino, jovens, de até 29 anos, raça preta ou parda e de homens que fazem sexo
com homens (HSH)”, informou a gerente de IST, HIV/Aids e Hepatites Virais da
SES, Alessandra Salvatori.
Sobre o trabalho de prevenção e alerta, a SES informa que tenta contribuir com a sensibilização e a difusão dos mecanismos de prevenção das infecções sexualmente
transmissíveis, como testes rápidos, preservativos internos e externos.
Além disso, busca-se capacitar os profissionais de saúde e levar informações sobre forma de contágios e métodos de prevenção, reforçando a importância da conscientização da população para o uso do preservativo em todas as relações sexuais.
A SES pontua que o desenvolvimento das ações são de programação do calendário dos municípios.
Especificamente em Campo Grande, há 6,2 mil Pessoas Vivendo com HIV/Aids (PVHA), conforme os dados do Sistema de Controle Logístico de Medicamentos (SICLOM).
Este dado representa o número de pessoas cadastradas ativas que já iniciaram o tratamento em algum momento do seu diagnóstico.
Ontem (1º) foi a data para lembrar o Dia Mundial da Luta Contra o HIV/Aids. Por isso, em todo o mês de dezembro ações são realizadas para dar visibilidade ao tema e, principalmente, combater o estigma e a discriminação que ainda acompanham as pessoas que vivem com o HIV/Aids.
“Nesses 40 anos de luta temos muito a comemorar. Possuímos hoje medicamentos muito potentes para frear a replicação do vírus no organismo, impedindo a manifestação e o adoecimento conhecido como Aids”, disse Alessandra.
Segundo ela, esses medicamentos suprimem de tal forma o vírus que temos o conceito hoje de indetectável igual a intransmissível, ou seja, o uso regular desses medicamentos impede que o paciente transmita o vírus para outra pessoa.
“Temos também, atualmente, uma comodidade posológica, ou seja, lá no início da pandemia há mais de 40 anos, os pacientes tomavam 10, 12 comprimidos por dia, o chamado coquetel contra o HIV. Hoje, a maioria dos pacientes toma dois comprimidos ao dia e em 2024 vamos ter a inclusão de uma nova pílula combinada onde os pacientes farão uso de apenas um comprimido ao dia”, explica.
Logo, o termo utilizado há anos – coquetel – não cabe mais para as pessoas vivendo com HIV/Aids.
Além dos medicamentos para tratamento, há as profilaxias medicamentosas a PEP (Profilaxia Pós-Exposição) e a PrEP (Profilaxia PréExposição), medicamentos que protegem as pessoas de contraírem o vírus em caso de exposição.
Em relação às estratégias de prevenção combinada, o Estado registrou, em 2023, 1.978 usuários de PEP (Profilaxia Pós-Exposição) e 1.444 pessoas com pelo menos uma retirada de PrEP (Profilaxia Pré-Exposição).
Além disso, neste mesmo ano, a SES distribuiu 120,2 mil testes rápidos e 3,7 milhões de camisinhas – preservativos internos e externos – a todas as unidades de saúde dos municípios, exceto Campo Grande, pois a Capital recebe os preservativos diretamente do Ministério da Saúde.
Os preservativos podem ser retirados em qualquer unidade de saúde, sem restrição de quantidade e sem a necessidade de identificação.
Os sintomas do HIV variam dependendo da fase de infecção. Ainda que na maioria dos casos o maior potencial de doença seja alcançado nos primeiros meses, muitas vezes o indivíduo não sabe ser portador do vírus.
Nas primeiras semanas após a infecção, algumas pessoas podem não manifestar sintomas. Entretanto, outras apresentam sintomas de uma síndrome gripal, incluindo febre, dor de cabeça, erupção cutânea e dor de garganta.
Como a infecção enfraquece aos poucos o sistema imunológico, a pessoa pode desenvolver outros sinais e sintomas, tais como inchaço dos gânglios linfáticos, perda de peso, febre, diarreia e tosse.
O HIV pode ser transmitido pelo contato com diversos fluidos corporais de indivíduos infectados, como sangue, leite materno, sêmen e secreções vaginais.
Não é possível se infectar por meio de contatos cotidianos, como beijo, abraço, aperto de mãos ou compartilhamento de objetos pessoais, comida ou água.
Algumas práticas ou condições que podem aumentar a exposição ao vírus HIV:
Os indivíduos podem reduzir a possibilidade de infecção por HIV limitando a exposição aos fatores de risco. Os principais métodos de prevenção combinada são: