A Energisa, concessionária de energia elétrica que atende mais de 90% do Estado, registrou 934 “gatos”, ligações clandestinas externas na rede de luz em 2022.
Ao todo, são 77 ligações mensais e duas por dia.
“O número é muito maior e nosso (Energisa) principal desafio é identificar onde estão esses ‘famosos gatos’ para atuar e evitar riscos de acidentes e até mortes”, destacou o coordenador de Medição e Combate a Perdas, Alex Almeida Leite.
Questionados pelo Correio do Estado, a concessionária alegou que apesar das ligações irregulares, a Energisa não registrou qualquer incidente envolvendo este tipo de ação ao longo de todo o último ano.
O levantamento vai de encontro com as mudanças e reajustes tarifários na conta que chega até o consumidor final, valores que devem ser revistos até abril deste ano.
No início deste mês, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) abriu discussão para o processo de revisão do valor da energia que acontece a cada 5 anos. Até o momento, o índice provisório a ser aplicado a partir de abril deste ano é de 11,36%, para consumidores de baixa tensão, onde se enquadram a ampla maioria dos clientes residenciais e comerciais de Mato Grosso do Sul.
Cabe destacar que o índice ainda não está fechado, uma vez que serão levados em conta outros componentes que podem exercer impacto e que ainda não foram definidos, mas a tentativa do Conselho de Consumidores da Área de Concessão da Energia (Concen) é reduzir o índice para 10%.
Em nota, a Energisa esclareceu que a rede elétrica deve ser manuseada somente por profissionais devidamente habilitados, estando à serviço da concessionária ou de empresas autorizadas, independente dos cabos serem de energia, telefonia ou internet.
Sobre casos de furto de energia, a concessionária frisou que as ligações clandestinas oferecem riscos à população já que podem ocasionar acidentes com choques elétricos, curtos-circuitos e incêndios, sobrecarregam e comprometem a confiabilidade da rede de distribuição de energia.
A pena prevista para quem utiliza a fraude varia de 2 a 8 anos e para quem se beneficia do furto, de 1 a 4 anos.