SÁBADO, 19 DE ABRIL DE 2025

Após corte de verbas, estudantes levam ovada em manifestação pelo pagamento de bolsas


Depois do bloqueio de mais de R$ 9 milhões do orçamento, acadêmicos que buscam o valor de financiamentos são agredidos durante ato na rua 13 de julho

Bolsistas afetados pelo mais recente bloqueio de verbas federais - que represou  mais de R$ 9 milhões do orçamento -, foram às ruas também em Campo Grande para manifestar, sendo recebidos pelos locais com ovadas. 

Na manhã de hoje (08) os acadêmicos se organizaram, em marcha estudantil que saiu pela rua 15 de novembro, passando pela Av. 13 de maio, indo até a Marechal Rondon e encerrando o arco pela 13, finalizando a caminhada com concentração na Praça Ary Coelho. 

Presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Adufms), Marco Aurelio Stefanes, comentou o contingenciamento de recursos da educação, que acontece em 2022. 

Segundo ele, para a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul em particular, onde também atua como docente, o bloqueio é significativo.

"Esse montante hoje está em torno de R$ 10 milhões para esse ano. A gente já tem sofrido cortes, da ordem de 80% para investimento, desde 95 para cá e esses cortes estão aumentando ano a ano", diz ele. 

Ainda, conforme Stefanes, 2022 contou com o agravante em cima dos recursos para manutenção, que servem para pagamento das contas de água; luz; telefone; segurança, assim como as bolsas para estudantes e também para as residências multiprofissionais do hospital universitário. 

Afetados e atingidos

Reivindicando não só os próprios direitos de bolsas, os acadêmicos que buscavam a manutenção das próprias especializações, foram recebidos de forma hostil, com ovos sendo arremessados em sua direção. 

Enquanto passavam pela 13 de maio, Amanda Ferreira, acadêmica de jornalismo de 22 anos, foi uma das que foram atingidas em cheio, com o objeto arremessado deixando um hematoma, além da sujeira e humilhação. 

"Senti uma pancada muito forte. Pensei que tinham tropeçado em mim, e quando fui olhar meu braço estava puro ovo. Deixou roxo e não vi de qual direção veio a pancada, mas pela pancada ter sido muito forte, foi algo que veio dos prédios", conta ela. 

Luis Felipe, que tem 24 anos, é bolsista de doutorado  em biotecnologiapela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), e revela que sempre teve auxílio do Governo para seus estudos e profissionalização 

"Comecei minha  graduação com fiéis, fui bolsista do Pibic [Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica] por 4 anos. Então eu me formei com auxílio do governo. Passei em primeiro no mestrado, foi bolsista pela Capes, também e agora passei em primeiro no doutorado, lá na UCDB", diz.  


Fonte: https://correiodoestado.com.br